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Tempestades e Conselhos

“Mas o centurião, em vez de ouvir o que Paulo falava, seguiu o conselho do piloto e do dono do navio.” Atos 27:11

Nem sempre gostamos de ouvir conselhos, há até um ditado que diz “se conselho fosse bom não se dava, se vendia”. Mas um cristão deve aprender a ouvir as pessoas entendendo que Deus pode usar qualquer circunstância para nos ensinar. Nessa história, Paulo não é ouvido e por isso todos sofrem com a tempestade. Há três fatos interessantes nessa situação:

Em primeiro lugar, a advertência. Quando Paulo e seus companheiros de viagem embarcaram para Roma, a viagem parecia segura e tranquila. Era um bom navio, havia um comandante e marinheiros experientes. No entanto, logo começaram a soprar os ventos contrários. Paulo os admoestou, mas eles não ouviram seu conselho logo veio um tufão, que tirou o navio da mão deles. Precisamos aprender a discernir os sinais que Deus nos dá. Quando não prestamos atenção às placas e sinalizações da vida, podemos provocar acidentes ou cair num abismo.

Em segundo lugar, o descrédito. Lucas relata que o centurião dava mais crédito ao piloto e ao mestre do navio do que ao que Paulo dizia. O centurião deve ter pensado: Esse Paulo pode saber alguma coisa de Bíblia, mas não entende nada de mar. Assim, o centurião desprezou a advertência de Paulo a caminho de Roma e Paulo seguiu viagem. Não é seguro enfrentar as estradas da vida sem observar os sinais. Na viagem da vida precisamos buscar conselho e orientação daqueles que andam com Deus. Quem despreza conselhos sofre grandes danos.

Em terceiro lugar, a voz da maioria nem sempre é a voz de Deus. A maioria dos que estavam no navio decidiu partir, ignorando o conselho de Paulo. A maioria nem sempre está com a razão. A maioria nem sempre discerne a vontade de Deus. Seguir a cabeça da maioria pode colocar-nos em grandes encrencas. Muitos jovens vão para uma boate porque a maioria dos colegas de classe vai; mergulham nas drogas porque a maioria dos adolescentes experimenta; perde a virgindade no namoro porque a mídia diz que isso é normal. Cuidado com a maioria! A Bíblia afirma que largo é o caminho que conduz à perdição e são muitos que entram por ele.

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Servos e Testemunhas

“Agora, levante-se, fique em pé. Eu lhe apareci para constituí-lo servo e testemunha do que você viu a meu respeito e do que lhe mostrarei.” (At 26.16).

Muitas pessoas ao ouvirem sobre Cristo ficam bem interessadas nas bençãos e benesses que Ele pode prover. Contudo, não se dão conta que há também o outro lado da moeda, pois Jesus afirma: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24). É na união dos privilégios e das responsabilidades cristãs é que os servos e testemunhas de Jesus encontram seu campo de ação.

No capítulo 26 do Livro de Atos, o apóstolo Paulo estava outra vez explicando sua causa às autoridades, já que essas o enviariam a Roma, pois Paulo havia apelado ao Imperador. Assim, tornava-se necessário enviar o prisioneiro especificando as acusações contra ele. Nessa oportunidade, Paulo falou perante o governador Festo, o rei Agripa e sua esposa Berenice, acerca da esperança que tinha no cumprimento da promessa de Deus para seus antepassados. Essa esperança da promessa envolvia a ressurreição dos mortos.

O testemunho de Paulo relembrou o tempo em que ele perseguia os seguidores de Jesus, mandava açoitá-los e até mesmo consentia na morte deles (At 26.9-11). Em seguida, Paulo relata sua experiência de conversão e seu diálogo com Jesus de Nazaré ressurreto (At 26.12-15). É esse Jesus quem dá ordem para Paulo ficar em pé e o estava constituindo seu servo e sua testemunha.

Assim como Paulo, cada cristão possui um tremendo privilégio de servir a Jesus e testemunhar de sua obra redentora. Do mesmo modo, é igualmente gigantesca essa responsabilidade. O apóstolo Paulo abraçou sua missão de forma plena, entendendo que ele agora não era mais escravo do pecado, e sim um servo fiel de Jesus. Assim, ele também não iria mais testemunhar acerca do seu zelo como fariseu, porém proclamaria que as profecias acerca do Cristo/Messias foram cumpridas em Jesus de Nazaré.

Seja um servo e uma testemunha de Jesus em tempo integral, encarando esse ministério com a visão correta das bençãos e do comprometimento que isso acarreta.

Pr. Dan Oliveira.   

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Jesus e as crianças

“Então disse Jesus: ‘Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas’.” Mateus 19:14

No povo judeu era costume trazer crianças aos “professores da lei”, para que fossem abençoadas. Não deve então nos surpreender que as mães das crianças desejassem que Jesus colocasse as suas mãos sobre elas. Tinham visto o que essas mãos podiam fazer, tinham visto desaparecer a dor e a enfermidade ao seu contato. Tinham visto que devolviam a vista aos cegos, e a paz à mente atormentada; e queriam que mãos como essas tocassem a seus filhos. Há em Jesus Cristo um amor que qualquer um pode perceber. É fácil supor que aquelas mães da Palestina poderiam considerar que a mão de um homem como Aquele sobre as cabeças de seus meninos poderia trazer uma bênção embora não soubessem muito bem por quê.

E Jesus era o tipo de pessoa a quem os meninos apreciam. George Macdonald costumava dizer que nenhum homem podia ser um discípulo de Jesus se os meninos sentiam temor de jogar em sua porta. Evidentemente, se os meninos gostavam dEle, Jesus não era um asceta carrancudo. Além disso, para Jesus todos tem igual importância. Alguém poderia dizer: “Não passa de um menino, não deixes que te incomode”. Mas Jesus jamais teria dito algo assim. Ninguém foi jamais um incômodo para Jesus. Nunca estava muito cansado nem ocupado para entregar-se de cheio a quem dEle necessitasse.

Jesus fez os discípulos se lembrarem de uma lição esquecida e quer nos lembrar hoje também: Dos tais é o reino dos céus. Numa tradução mais precisa, obtemos: “Aos com tal atitude pertence o reino de Deus”. Como é, portanto, a mentalidade e o comportamento da criança pequena? A intenção de Jesus não é tratar sobre imaturidade e ingenuidade, mas sobre a humildade e confiança. Nós adultos temos de nos entregar simples e singelamente a Ele, permitindo que ele dirija nossos passos e nossas vidas. Esse texto é cheio de personagens que nos ensinam grandes lições, com quem você tem se parecido?

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Vida investigada

“Por isso, eu o trouxe diante dos senhores, e especialmente diante de ti, rei Agripa, de forma que, feita esta investigação, eu tenha algo pra escrever” (At 25.26b).

E se sua vida fosse investigada e como resultado dessa averiguação se produzisse um documento com acusações a serem enviadas a uma grande autoridade? Como você se sentiria? Ficaria muito preocupado com as acusações que receberia? Elas teriam fundamento? Depois de todos esses questionamentos, é importante lembrar que o apóstolo Paulo passou por situação semelhante. Desse modo, Paulo foi ouvido e julgado em Jerusalém perante o Sinédrio (At 22.30-23.11) e várias vezes em Cesaréia: perante o Governador Félix e sua esposa Drusila (At 23.34-24.27); perante o Governador Pórcio Festo (At 25.1-12); perante o Rei Agripa e sua esposa Berenice (At 25.13.26-32).

Nesse último contato com Paulo, através da consultoria de Agripa e Berenice, Festo pretendia mandar uma carta ao Imperador romano com as devidas acusações, pois para ele não parecia correto enviar um preso sem especificar os possíveis delitos cometidos. Perceba que cada situação em que Paulo necessita dar maiores esclarecimentos, acerca do motivo pelo qual estava preso e havia apelado para César, também é uma excelente oportunidade para proclamar sua fé em Jesus Cristo e cumprir seu propósito divino.

Festo, Agripa e Berenice dão três declarações contundentes acerca de Paulo: 1) “mas verifiquei que ele nada fez que mereça pena de morte” (At 25,25a); 2) “Este homem nada fez que mereça morte ou prisão” (At 26.31b); 3) “Ele poderia ser posto em liberdade, se não tivesse apelado para César” (At 26.32). Depois de investigada a vida de Paulo, as autoridades estavam convictas de sua percepção. Como cristão, caso você tenha a sua vida investigada, espera-se que seu testemunho de fé e seu caráter moldado ao padrão de Jesus sejam enaltecidos. Que esse sempre seja seu propósito, ou seja, glorificar a Jesus (Ef 1.6,12,14).

Pr. Dan Oliveira

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O preço da procrastinação

Quando Paulo se pôs a discorrer acerca da justiça, do domínio próprio e do juízo vindouro, Félix teve medo e disse: “Basta, por enquanto! Pode sair. Quando achar conveniente, mandarei chamá-lo de novo.” Atos 24:25

Félix foi amável com Paulo, mas este com sua conversação e admoestações aterrorizaram seu coração. Não deve nos surpreender, pois, que tivesse medo quando Paulo lhe falava das elevadas exigências morais de Deus. Paulo não foi um arauto da conveniência, ele não pregava para agradar. Tendo oportunidade de falar ao governador Félix e sua esposa Drusila, sabendo que aquela era uma relação adulterina, desenvolve seu discurso sobre três temas contundentes, que como flechas, feriram a consciência de Félix: justiça, domínio próprio e juízo vindouro.

Ao abordar o tema da justiça, Paulo mostrou a Félix e Drusila que eles deveriam tomar alguma atitude em relação ao pecado passado. Ao abordar o tema do domínio próprio, Paulo os constrangeu a tomar uma atitude com respeito à tentação presente. E ao abordar o tema do juízo vindouro, Paulo os levou a refletir sobre a atitude que deveriam ter com respeito ao julgamento futuro. O governador ficou com medo do julgamento futuro, mas recusou-se a se arrepender dos seus maus caminhos e se voltar para a fé em Jesus.

A atitude de Félix foi deplorável, pois em vez de arrepender-se, procrastinou a mais importante decisão de sua vida: “por agora, podes retirar-te, e, quando eu tiver a vagar, chamar-te-ei”. Félix possuía uma mente esclarecida, suas emoções haviam sido tocadas, mas sua volição não havia cedido. Pagou um alto preço por sua atitude, tentou ganhar o mundo, mas, tanto quanto sabemos, perdeu sua alma. A procrastinação, o deixar para depois, é a mais insensata e mais perigosa decisão da vida, mormente, quando se trata da salvação de sua vida. O dia do arrependimento é hoje. O tempo do acerto com Deus é agora. Amanhã pode ser tarde demais!