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O Verbo encarnado

“E Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele.” Cl 1.17.

O evangelho de João apresenta Jesus como o “Verbo”, palavra que na Versão Almeida Revista e Corrigida é traduzida pela palavra grega “Logos”. O uso desta palavra pelo apóstolo tem trazido muitas discussões ao longo dos séculos, por se tratar de um termo usado na filosofia grega, o qual possuía um significado especial mas que neste contexto se aplica como: a Palavra vinda da parte de Deus, a Palavra que tudo havia criado (Gn 1. 3, 6, 9, 11, 14, 20, 24, 26,29). Deus tudo criou pela Sua Palavra e esta Palavra que, a um só tempo, era “palavra”, “discurso”, mas também ordenava e organizava a criação, era o “Logos”, a Palavra de Deus.

Quando ministrou na Terra, Jesus não era um fantasma nem um espírito, e seu corpo não era uma ilusão. Tanto João quanto os outros discípulos tiveram uma experiência pessoal que os convenceu da realidade do corpo de Jesus. Apesar da ênfase de João sobre a divindade de Cristo, ele deixa claro que o Filho de Deus veio em carne e osso e, ainda que sem pecado, se sujeitou às fragilidades da natureza humana.

Em seu Evangelho, João ressalta que Jesus sentiu cansaço e sede. Agitou-se no espírito e comoveu-se e chorou abertamente. Quando estava na cruz, sentiu sede, morre e sangrou. Depois de sua ressurreição, provou a Tomé e aos outros discípulos que ainda possuía um corpo real, porém glorificado. De que maneira “o Verbo se fez carne”? Pelo milagre do nascimento. Assumiu uma natureza humana sem pecado e se identificou conosco em todos os aspectos da vida, desde o nascimento até a morte. “O Verbo” não era um conceito abstrato nem uma filosofia, mas uma Pessoa real, que podia ser vista, tocada e ouvida.

Cristo é o maior privilégio que a humanidade já pode receber. Sendo Ele o princípio de todas as coisas e a razão pela qual tudo passou a existir, é de suma importância caminhar em direção a Ele em busca de orientação, sabedoria e conhecimento. Suas Palavras ainda ecoam através dos séculos a nos dizer: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (Jo 14.6).

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JULGAMENTO E LIVRAMENTO

Parte do terceiro e último capítulo do livro de Joel (3.1-16), apresenta-nos o julgamento do SENHOR sobre as nações inimigas do povo de Israel. Primeiramente, Deus nos mostra as razões para o exercício desse juízo vindouro (v.1-8) e em seguida nos traz uma descrição do Dia do SENHOR como um clímax do julgamento divino (v.9-16). É bem verdade, que os versículos finais (v.17-21) relatam a restauração de Israel e a certeza de que Deus faria morada no meio do seu povo, todavia o cenário geral é, no mínimo, estarrecedor.

Assim como Pedro fala sobre as cartas paulinas (2 Pe 3.16), o texto de Joel trata de assuntos que muitas vezes são difíceis de entender, mas que mesmo assim nos permitem algumas aplicações práticas. Por exemplo, os inimigos de Deus não saíram impunes pelas atrocidades que praticaram. Esses inimigos são apontados como as nações vizinhas que oprimiram Israel. O SENHOR fala de uma guerra que ocorrerá no vale de Josafá [que significa “o Senhor julga”] ou vale da Decisão e que está ligado ao Dia do SENHOR. O Deus que entra no pleito contra os inimigos do seu povo é o mesmo Deus que garante refúgio para seus filhos.

Pois bem, consoante às afirmações anteriores, devemos lembrar que em outros tempos nós também éramos “inimigos de Deus” (Rm 5.10; Cl 1.21), mas através do sacrifício de Cristo, Deus nos tornou amigos d’Ele. Do mesmo modo, como pecadores destituídos da glória de Deus (Rm 3.23), nós merecíamos o juízo, mas novamente em Jesus encontramos livramento para essa sentença através de uma “decisão” de arrependimento e fé. Talvez muitos precisaram passar pelo “vale da sombra da morte” (Sl 23.4), antes de realizar essa decisão. Assim, nessa batalha da vida em que Deus é por nós (Rm 8.31), Ele mesmo se faz uma fortaleza para os que n’Ele confiam (Sl 91.2).

Pensemos nessa máxima, há julgamento para os inimigos de Deus e livramento para o seu povo. Deleite-se nessa verdade bíblica.

Pr. Dan Oliveira

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O Dia do Senhor

“Porque o Dia do SENHOR está prestes a vir sobre todas as nações” (Ob 1.15)

No capítulo 2 de Joel (1-11,28-32), o profeta descreve o dia imediato do Senhor, a terrível praga de gafanhotos. Isso o levou a uma descrição do dia iminente do Senhor, a invasão impendente do exército do Norte. Tudo o que lhe resta descrever ainda é o dia final do Senhor, quando Deus julgará todas as nações da Terra.

O Dia do Senhor é um termo que representa todos os juízos de Deus sobre a terra. Ele ocorre durante toda a história do reino de Deus e está presente em cada julgamento particular. Ele não deve ser entendido apenas como o Dia do Juízo Final, porém, culmina sim com o grande Dia do Juízo, na segunda vinda de Cristo quando o Senhor se assentará no seu trono e julgará com justiça as nações. Todos os atos de juízo e disciplina de Deus, ao longo da história, visam chamar seu povo ao arrependimento e punir os impenitentes que estão incluídos nesse dia.  Dessa maneira, os gafanhotos ou os soldados assírios foram os próprios ministros de Deus que executaram sua disciplina contra a rebelde nação de Judá.

Mas Joel prometeu que, antes do início do Dia do Senhor, haverá um derramamento extraordinário do Espírito Santo acompanhado de sinais nos céus e na Terra. Na era do Antigo Testamento, o Espírito Santo foi dado apenas a determinadas pessoas com tarefas específicas a cumprir. No entanto, a promessa de Deus por intermédio de Joel afirmava que o Espírito viria sobre “toda a carne”, o que inclui homens e mulheres, jovens e idosos, judeus e gentios.

Apesar de o Dia do Senhor se caracterizar pela ira e justiça divina, vemos nas profecias de Joel que depois do chamado ao arrependimento, o Senhor dá uma resposta positiva e graciosa aos arrependidos. E no fim, a mensagem sobre o Dia do Senhor não é apenas sobre castigo e destruição, mas envolve o Derramamento do Espírito e a Salvação para o povo.

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O LIVRO DE JOEL

O livro de Joel possui 3 capítulos e traz o alerta sobre o “Dia do SENHOR”. Os capítulos 1 e 2 descrevem uma praga de gafanhotos, deixando um rastro de fome por onde passassem. Eles têm dentes como leões, correm como cavalos, escalam muros como soldados e fazem sons como carros de guerras. Embora, a falsa adoração fosse muito comum em Jerusalém e Judá, Deus não deixaria que os rebeldes continuassem fazendo o que era errado. Ainda consta nessa porção bíblica o que se pode intitular de “chamado ao arrependimento”, sendo assim o povo teria esperança de redenção somente se voltasse para Deus.

Você sabia que os apóstolos Pedro e Paulo citaram o profeta Joel? Pedro, no Dia de Pentecostes, citou o derramamento do Espírito Santo aos crentes em sua pregação em Jerusalém (At 2.17-21). Paulo enfatiza que “todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo” (Rm 10.13). Na concepção paulina, “invocar o nome do SENHOR” envolve conhecer a Deus, confiar Nele, obedecê-Lo e colocar a vontade Dele como prioridade na vida cristã. Em outras palavras, esse “invocar” implica fé e compromisso com Deus, muito mais que o mero emprego de palavras (Mt 7.21).

No capítulo 3, numa perspectiva de julgamento, Deus diz que vai ajustar contas com as nações por terem maltratado o seu povo, e que elas seriam esmagadas como uvas no lagar. Depois disso, o SENHOR, promete trazer bençãos tanto físicas como espirituais para o seu verdadeiro povo. Para Joel, na consumação dos tempos, todos no céu e na terra estarão unidos em pura adoração.

Ao conhecer o livro de Joel, percebe-se como os que se tornam inimigos de Deus acabam mal e como o SENHOR perdoa aqueles que se arrependem e se voltam para Ele. Pode-se dizer que as profecias de Joel estão se cumprindo com as pregações das boas novas do Reino.

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Entre servir e curar

“Eles nos prestaram muitas honras e, quando estávamos para embarcar, forneceram-nos os suprimentos que necessitávamos.” Atos 28:10

O que é mais nobre, servir ou curar? Deus os havia levado à ilha de Malta (que significa “refúgio”), onde a população local recebeu todos os 276 passageiros e procurou acomodá-los da melhor maneira possível. Para os gregos, qualquer um que não falasse sua língua era considerado “bárbaro”, mas essas pessoas mostraram-se gentis e solidárias. A tempestade acalmou, mas o tempo continuava frio, de modo que os malteses prepararam uma fogueira. Depois de tudo o que havia feito pelos passageiros, Paulo poderia muito bem ter pedido um trono e exigido que o servissem! Em vez disso, pôs-se a trabalhar, ajudando a juntar lenha para a fogueira. Nenhuma tarefa é pequena demais para os servos de Deus que têm a “mente de Cristo”.

Mais uma vez vemos que Paulo além de ser um visionário era um homem prático; e o que mais vemos é que, apesar de ser um grande homem, não se envergonhava de ser útil também para as pequenas coisas. Parece que em Malta o chefe da ilha era um funcionário; e Públio pode ter sido o principal representante romano dessa parte da ilha. Seu pai estava doente e Paulo teve a oportunidade de exercitar seu dom de curar e levar-lhe consolo. Mas no versículo 9 se destaca uma possibilidade muito interessante. O versículo diz que o resto das pessoas que estavam doentes também vinham e eram curados.

Entre servir e curar, Paulo e seus companheiros passaram três meses em Malta: foram tratados com bondade e receberam presentes generosos em sua despedida. Os passageiros haviam perdido tudo no naufrágio e ficaram gratos por terem suas necessidades supridas. Lucas não menciona qualquer trabalho evangelístico na ilha, mas podemos crer que Paulo compartilhou o evangelho com todos os que se mostraram dispostos a ouvir. Por certo, seu livramento miraculoso do mar e seu poder de curar suscitaram o interesse do povo, e Paulo deu toda a glória a Deus. Fica evidente que o reconhecimento do povo de Malta era demonstração do cuidado de Deus, que queria usar a vida de Paulo para ensinar que quem é fiel no pouco também será no muito.