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O SEGREDO DO CONTENTAMENTO CRISTÃO

Muitas vezes, na caminhada cristã, deparamo-nos com padrões que fogem à maneira de Cristo e dos discípulos da Igreja Primitiva de encararem a vida. Ao tratarmos da temática “contentamento cristão”, temos mais em mente os sentimentos e sensações de alegria, atrelados à pós-modernidade. Todavia, quase nunca nos perguntamos qual é o segredo do contentamento cristão?  

De acordo com o Pastor Oswaldo Mancebo Reis, ex-pastor da Igreja Batista Emanuel, a alegria ou contentamento descrito nas páginas da Bíblia, e principalmente na Carta aos Filipenses, tem algumas características interessantes: a) não é circunstancial; b) não é variável; c) não é humana; d) não é inatingível.  Essas afirmações nos ajudam a enxergar a realidade de um texto tão conhecido: “tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13). O que seria esse “tudo”? Os versos anteriores (10-12) nos ajudam com três lições valorosas acerca do verdadeiro contentamento.

Primeiramente, o versículo 10 nos apresenta “a alegria de cuidar e ser cuidado”. É nele quePaulo agradece as ofertas enviadas pelos filipenses. Pois estes, através de Epafrodito, encontraram novamente uma oportunidade para demonstrar o interesse que tinham pelo apóstolo. Através do envio desta carta é que Paulo mostra seu carinho e cuidado com a caminhada de fé dos irmãos da igreja de Filipos.

Em segundo lugar, está registrado nos versos 11-12, que Paulo anuncia que havia “aprendido a viver contente” em toda e qualquer circunstância,tanto na abundância como na escassez. O apóstolo cita como aprendeu a adaptar-se, pois em Cristo ele sabia ser humilhado ou honrado; afirmando que de tudo e em todas as circunstâncias já tinha experiência. Ou ainda, que podia andar abatido ou sobremaneira suprido, pois de todas as formas em todas as coisas havia sido instruído.

Como terceiro e último apontamento, Paulo compreende (v.13) “a alegria de contar com o poder de Deus”. Esse “tudo” está associado com tudo quanto agrada Deus, não significando superpoderes ou que iremos conseguir tudo o que queremos. Por fim, na nossa união com o Cristo vivo é que está o segredo do contentamento e a fonte de fortaleza permanente de Paulo. Assim, meus irmãos: “com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação” (Fp 4.13 NTLH).Pr. Dan Oliveira.

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A paz que gera alegria

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade. Por que nosso mundo sofre com tantos problemas como preocupações e ansiedade? Porque nós cristãos sofremos? Será que temos como evitar tudo isso? Sim. Mas como?

O contrário de preocupação é paz, e Paulo nos dá dicas valiosas de como encontrá-la em Filipenses 4.1-9. A primeira forma de não andarmos ansiosos é através da oração (v.6,7). Quanto você tem colocado diante de Deus as suas aflições, sua saúde, trabalho, família? Muitas vezes nossa falta de paz é porque não buscamos e confiamos em Deus e em sua soberania. Se crêssemos realmente no poder da oração, oraríamos muito mais. Nos falta fé e sofremos por isso.

Em segundo lugar, a paz com Deus é fruto de intimidade e de uma vida de santidade com Deus (v.8). Quantas vezes pensamos e falamos sobre tantas coisas, e esquecemos as coisas do alto, aquilo que realmente importa. Quando nossos pensamentos vão longe: o que tenho que pagar, alguém que perdi, o que está dando errado, deixamos isso ocupar nossos pensamentos e ficamos preocupados.”Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito [mente] é firme; porque ele confia em ti” (ls 26:3).

Em terceiro, a paz com Deus vem de uma vida cotidiana e prática com Deus (v.9). Precisamos viver aquilo que aprendemos da Palavra. Se fizermos isso, o Deus da paz estará conosco. Sabemos que há muitas coisas que devemos fazer: perdoar, amar, ser submisso as autoridades, mas não o fazemos. “Grande paz têm os que amam a tua lei; para eles não há tropeço” (Sl 119:165).

Essa paz lança fora o medo e fez com que Paulo se alegrasse sempre no Senhor, mesmo em iminência de morte (v.4). Quanto temos vivido uma vida de devoção e de buscar a Deus? Quanto você tem sofrido por estar longe do Senhor? Quantas inquietações tem vindo a sua mente? Se vivermos uma vida de oração, pensamentos e vida prática corretos, tanto a paz de Deus (v.7) como o Deus da paz (v.9) estarão conosco.

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Os inimigos da cruz

Figurando, em uma ou outra face dessa moeda [cara ou coroa], é que se encontram as pessoas que interagem na igreja local. Algumas são pessoas exemplares na caminhada de fé cristã, enquanto outras se comportam como inimigos da cruz de Cristo em sua forma de viver [Fp. 3:17-21]. Acerca do testemunho cristão, primeiramente o foco não está em Paulo e sim em que outras pessoas se juntem a ele em humilde e radical dependência de Jesus. Veja bem, Paulo não se exime de ser exemplo, somente apontando para Jesus. Crê-se que um discípulo verdadeiro reflete o caráter de Cristo. Assim, Paulo ainda nos garante que existem pessoas que podem servir de exemplo, pois se parecem com Jesus, já que são considerados cidadãos dos céus e aguardam ansiosamente pela volta do Senhor e Salvador.

Por outro lado, muitas pessoas que se consideram cristãs, pela sua maneira de viver se tornam inimigos da mensagem de Cristo. Estas transitam nas igrejas, mas suas vidas não apontam para o Evangelho de Jesus. Paulo enfatizou o problema dos “mundanos/libertinos”, que eram também conhecidos como “antinomistas”, pois defendiam o abuso da liberdade na graça de Deus. Paulo enfatiza no verso 19 e traz as seguintes definições: a) O destino deles é a perdição, ou seja, essas pessoas não são salvas nem cidadãos dos céus, pois perdição deles está relacionada ao Juízo Final. Essas pessoas se deixavam levar por todos os desejos do corpo [instintos carnais] e pensavam que essas práticas em nada afetaria sua condição espiritual; b) O seu deus é o estômago. Isso é sinônimo de egocentrismo profundo, em que os desejos e apetites vêm em primeiro lugar e não o zelo por Cristo através de um testemunho coerente; c) orgulham-se do que é vergonhoso, vivendo como libertinos em podridão, bebedeiras, traições e sensualidade; d) só pensam nas coisas terrenas, fixando suas mentes nas coisas dessa vida, como por exemplo, seus caprichos pessoais, disputas ideológicas, etc., afastando o próximo do Evangelho.

Que Deus livre a igreja local de pessoas que são inimigos da cruz de Cristo e multiplique os irmãos que são imitadores de Cristo (1 Co. 11:1).

Pr. Dan Oliveira.

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O cristão vitorioso

“Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.”       Filipenses 3:14

Paulo utiliza a figura do atleta. Os estudiosos da Bíblia não apresentam um consenso quanto ao esporte específico descrito pelo apóstolo – se é uma corrida a pé ou uma corrida de carros. Na verdade, não faz diferença, mas prefiro a imagem da corrida de carros. O carro grego usado nos Jogos Olímpicos e em outros eventos era, na verdade, uma pequena plataforma com uma roda de cada lado. O condutor não tinha muitos lugares onde se segurar durante o percurso na pista. Precisava inclinar-se para frente e retesar todos os nervos e músculos, a fim de manter o equilíbrio e controlar os cavalos. O verbo “avançar”, em Filipenses 3:13, significa, literalmente, “se esticar como quem está em uma corrida”.

É importante observar que Paulo não diz como alcançar a salvação. Se fosse o caso, o apóstolo estaria descrevendo a salvação pelas obras ou por esforço próprio, o que seria uma contradição com as palavras dos onze primeiros versículos de Filipenses 3. A fim de participar das competições na Grécia, o atleta deveria ser cidadão grego. Não competia para obter a cidadania. Em Filipenses 3:20, Paulo lembra seus leitores de que “nossa pátria está nos céus”. Uma vez que já somos filho de Deus por meio da fé em Cristo, temos a responsabilidade de “completar a carreira” e de alcançar os objetivos que Deus estipulou para nós. Trata-se de uma ilustração clara de Filipenses 2:12,13: “desenvolvei a vossa salvação (…) porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar”.

Cada cristão está em uma pista de corrida; cada um tem uma raia específica, dentro da qual deve correr, e cada um tem um objetivo a alcançar. Quem alcançar o objetivo que Deus planejou será recompensado. Quem falhar, perderá a recompensa, mas não a cidadania, assim como diz 1 Co 3:11-15, em que a mesma ideia é apresentada usando uma imagem arquitetônica. Todos desejamos ser “cristãos vitoriosos” e cumprir os propósitos para os quais fomos salvos.