Nosso Sentinela
“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam. Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.” Salmos 127:1
Quer estejamos construindo edifícios com tijolos, argamassa e aço, quer construindo vidas, famílias e igrejas com a verdade e o amor, não podemos ser bem-sucedidos sem a ajuda do Senhor. Jesus disse: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:5). A fim de proteger aquilo que construímos, é essencial colocar muros fortes ao redor da cidade e ter vigias atentos sobre esses muros. Construir e não guardar é uma grande insensatez! Muitas crianças e ministérios já foram perdidos para o inimigo, pois os vigias não permaneceram alerta e não advertiram que o inimigo estava se aproximando.
Construir e batalhar devem ser concomitantes, e, por isso, os homens de Neemias seguravam as ferramentas com uma das mãos e carregavam consigo uma espada (Ne 4:17, 18). O conhecido pregador inglês Charles Haddon Spurgeon chamou seu periódico de A Espada e a Pá, pois seu objetivo era edificar os cristãos e a Igreja e lutar contra o pecado e as falsas doutrinas. Ao aguardar sua execução numa prisão romana, Paulo incentivou Timóteo a pregar a Palavra e a ser “vigilante em todas as coisas” (2 Tm 4:1-5). Nossa construção será em vão se pais, professores e líderes não cuidarem dos muros e não guardá-los do inimigo.
A total dependência do homem de Deus está ilustrada com a referência às diligências humanas básicas. Construir uma casa e guardar uma cidade não adianta nada (de acordo com os padrões divinos) se Deus não for incluído nos planos e esforços do homem. Quantos dos nossos planos e projetos são frustrados por não entregá-los nas mãos do único que tem poder para fazer todas as coisas. Até mesmo o homem diligente que trabalha desde a manhã até tarde da noite não pode esperar ter sucesso sem as bênçãos e a sanção de Deus. Ele quer edificar e cuidar, permita Deus ser teu sentinela.
Coragem para testemunhar
“Na noite seguinte o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: ‘Coragem! Assim como você testemunhou a meu respeito em Jerusalém, deverá testemunhar também em Roma’.” Atos 23:11.
Quando Paulo estava desanimado em Corinto e considerando a possibilidade de ir para outro lugar, Jesus lhe apareceu e lhe deu coragem para permanecer em Corinto. A mensagem do Senhor a Paulo foi de encorajamento. A injunção “Coragem!” é semelhante a “Tem bom ânimo!” Jesus proferiu essas palavras com frequência durante seu ministério aqui na Terra. Disse-as ao paralítico (Mt 9:2) e à mulher que sofria de hemorragia (Mt 9:22). Bradou-as aos discípulos durante a tempestade (Mt 14:27) e repetiu-as no cenáculo (Atos 16:33).
Eis aí um argumento estranho o que Jesus usa para encorajá-lo: Porque, como de mim testificaste em Jerusalém, assim importa que testifiques também em Roma. Pode-se pensar que isso era apenas um consolo frio: “Como você passou por muitas dificuldades por minha causa assim você deve sofrer ainda mais”; e, todavia, isso devia encorajá-lo; pois por esse meio lhe é dado a entender: que ele tinha estado servindo a Cristo como uma testemunha para Ele no que havia até aqui suportado. Não foi por nenhuma falta sua que ele foi esbofeteado, e não era por ser ex-perseguidor da igreja que ele agora era perseguido. Ou que ele não tinha ainda terminado seu testemunho, nem havia sido, por sua prisão, deixado de lado como inútil, mas estava apenas reservado para outro serviço.
Que grande encorajamento essa promessa representou para Paulo nas semanas seguintes, semanas difíceis durante as quais os líderes mentiram a seu respeito, fanáticos tentaram matá-lo e os magistrados o ignoraram. Em tudo isso, Deus estava com ele, cumprindo seu plano perfeito de levar seu servo fiel a Roma. Assim como Paulo, também devemos encontrar a coragem necessária em Deus para testemunhar independente das circunstâncias. O povo de Deus pode se permitir ser ousado dentro da vontade dele, pois sabe que seu Salvador é confiável e realizará sua vontade perfeita. Paulo estava desacompanhado, mas não estava só! O Senhor estava com ele, e não havia coisa alguma a temer. Coragem a todos nós!