Preocupações Lícitas

Numa compreensão genérica, uma pessoa que se intitula “preocupada” receberá o status negativo que essa expressão acarreta. A ocupação antecipada da mente, normalmente está ligada com a ideia de ansiedade ou falta de confiança em Deus: “Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará suas próprias preocupações […]” (Mt 6.34a). Isso não deixa de ser uma verdade irrefutável, contudo ao escrever para os irmãos da Galácia (Gl 4.8-20), Paulo se mostra “preocupado” ou “considera com grande afinco” as incorrências entre o evangelho de Cristo e as manifestações de fé daquelas pessoas.

A primeira preocupação lícita de Paulo era o retorno dos gálatas aos “princípios elementares […] sem poder” (v.9), temendo a inutilidade de seus esforços (v.11). Paulo os acusa de após terem conhecido Deus e serem libertos da escravidão, estavam voltando a guardar aspectos da lei mosaica ritualística (v.10). A segunda preocupação lícita era fruto de um belo elogio, pois a igreja da Galácia teria recebido muito bem Paulo na primeira vez que pregou naquela região (v.14b). Mesmo Paulo possuindo uma doença nos olhos (v.13,15b), os irmãos daquele local não o trataram com desprezo (v.14a). Por isso, Paulo os questiona: “Que aconteceu com a alegria de vocês?” (v.15a) e “Tornei-me inimigo de vocês por lhes dizer a verdade?” (v. 16). Assim, parece que os gálatas mudaram sua forma de considerar o apóstolo e sua mensagem. A terceira preocupação lícita do apóstolo se dava na área do “zelo”. Havia falsos mestres distorcendo o evangelho, buscando agradar os irmãos com o intuito de isolá-los para receber o zelo/consideração dos gálatas (v.17). Paulo sofre como uma mulher que está em dores de parto para que o alvo do zelo dos gálatas seja o próprio Cristo (v.19).

Paulo está perplexo com as atitudes dessa igreja (v.20): a) retorno às práticas religiosas que não salvam; b) desprezo por aqueles que pregam a verdade do evangelho; c) envolvimento com falsos mestres e doutrinas. Essas preocupações são realidades muito atuais e estão travestidas de “espiritualidade” em boa parte de igrejas consideradas cristãs. Preocupe-se com essas questões como Paulo as considerou.Pr. Dan Oliveira  

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