“Que faremos? Certamente eles saberão que você chegou.” Atos 21:22
No capítulo 21.17-26, vemos Paulo chegando em Jerusalém e a Igreja se encontrando com um problema. Os líderes o aceitavam e viam a mão de Deus em sua obra, mas existiam rumores de que tinha animado os judeus a traírem sua fé e seus costumes ancestrais. Paulo nunca tinha feito isto. Na verdade, tinha insistido em que a Lei judia era inaplicável aos gentios, mas jamais tentou apartar os judeus dos costumes de seus pais. Então, quatro homens estavam por tomar o voto de nazireado, voto que se fazia em gratidão por alguma graça especial recebida de Deus ou por ter sido libertos de algo, por exemplo, uma doença.
Este voto implicava em abstinência de carne e vinho por trinta dias, durante os quais se deixava crescer o cabelo. Parece que às vezes ao menos os últimos sete dias tinham que passar-se dentro dos átrios do Templo. Ao finalizar este prazo deviam fazer-se certas ofertas: um cordeiro de um ano de idade para a purificação dos pecados, um carneiro como oferta de paz, uma cesta de pão asmo, tortas de farinha fina misturada com azeite, e uma oferta de carne e outra de bebida. Finalmente era cortado o cabelo e queimado no altar com o sacrifício. É evidente que este assunto era custoso. Era preciso deixar de trabalhar, e comprar todos os elementos para o sacrifício. Estava muito fora do alcance de alguns que quisessem fazê-lo. Portanto as pessoas enriquecidas consideravam que era um ato de piedade custear a alguém os gastos que ocasionava o voto.
Pediu a Paulo que fizesse justamente este último, ou seja lhes custear os gastos da promessa a estes quatro homens, e ele aceitou. Ao fazê-lo podia demonstrar perante todos que ele observava a Lei. Não há nenhuma dúvida de que o assunto não foi do agrado de Paulo. Para ele essas coisas já não tinham importância. Mas uma das características de um homem verdadeiramente grande é que pode subordinar seus próprios desejos e perspectivas ao bem da Igreja. Há um momento em que fazer concessões não denota fraqueza, mas força.
Desta forma, Paulo cede em favor da evangelização e também da solidariedade judaico-gentia. Suas atitudes são intencionais a favor do reino de Deus. Quantas vezes não nos desentendemos por questões simples dentro da igreja? Em muitos momentos nem há “certo” ou “errado”, apenas preferências pessoais ou questões culturais. É preciso renunciar à vontade própria em favor do Reino de Deus assim como Paulo fez. Você tem agido assim dentro da igreja?